segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O sono nosso de cada dia

Tenho sono. O tempo todo. Ao acordar, antes de dormir. Acho que ele impregnou em mim. Posso dormir 12 horas seguidas que mais tarde tenho sono de novo. Aliás isso só aconteceu depois da maternidade.

Com 4 aninhos me lembro de não ter sono. Ficava a noite toda acordada, olhando as sombras que se formavam na parede. A noite parecia interminável. Fora as "cobras" que eu tinha certeza que moravam embaixo da minha cama. E muitas vezes corria para a cama de meus pais, achando que as cobras me seguiam. Pulava com tudo sobre a cama, assustando e acordando a todos. Quando começava a clarear é que eu dormia. Poucas horas. Mas não sentia sono. 

Adolescência. Estudando de manhã. Dormia muito cedo. Ao acabar a novela das oito, que realmente era às oito. As cobras debaixo da cama já tinham morrido, eu já não esperava mais o coelho da páscoa ou o Papai Noel. Após a escola um breve cochilo. E pronto. Problema de sono resolvido.

Gravidez: falta de sono, excesso de sono. Oscilante. 




Após o nascimento da criança e até hoje...sono, sono, sono. Doze horas dormindo: sono. Descansando: sono. Pela manhã: sono. Será que as crianças tem algum poder mágico de dar o sono pros pais? Talvez isso seja invertido. Eles não dormem e os pais tem sono em excesso. O que acho injusto pois se fosse meio a meio todo mundo ficaria feliz. 

Tive minhas noites intermináveis lendo muito. Antes da bendita internet eu lia uns 20 livros por ano. Agora... uns três e olhe lá! Nunca esqueço de minhas últimas férias, no ano do vestibular. Li quatorze livros! Fiquei muito satisfeita com isso. Sono? Como sentir sono com atividades tão interessantes?

Crescemos e não temos mais todo o tempo do mundo. Trabalhar, cuidar da casa, das compras de mercado, de verificar as datas para por o lixo na rua...tempo pra ler? Talvez na fila de espera de um médico. E pra dormir? Nos contentamos com míseras seis horas de sono por noite. 

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