quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Viver em condomínio



Viver em comunidade. Até pouco tempo eu achava possível. Pelo menos até morar em um condomínio. Regras. Ha ha ha. Para que regras? Vou fazer barulho só mais dez minutinhos. Ah, vou usar a furadeira no domingo mas é só um parafusinho gente!

Qual o problema em desrespeitar a regra só um pouquinho? Pouquinho mesmo gente! Ah, é só hoje! 650 apartamentos pensando assim no mesmo dia...imaginem só o que aconteceria? Ah, hoje é meu aniversário, quero ficar até um pouco mais tarde que 22h com som alto e as visitas. Imagino se cada um dos condôminos resolvesse fazer isso no dia de seu aniversário.

Inúmeras reuniões ocorrem. Muita coisa é debatida. Estipulam-se regras, horários, multas. Mas sabe como é brasileiro né? Ah, só um pouquinho, só cinco minutinhos, só um golinho! E no mercado? Foi só uma moedinha a mais que a moça me deu, nem vai sentir falta!







As desculpas são infinitas quando o motivo é se safar ou levar vantagem de alguma forma. É o famoso "hoje eu posso". Já que é meu aniversário eu posso ficar até mais tarde porque é um dia especial. Mas no dia seguinte é o dia especial do seu vizinho. E ai dele se fizer a mesma algazarra que você fez, meu amigo! Tenho certeza que será o primeiro a interfonar para o porteiro!

É muito comum observarmos nas pessoas este sentimento de "estar por cima da lei". Eu não vou levar multa porque o síndico vai entender que hoje é meu aniversário! Mas se o meu vizinho fizer o mesmo...exijo multa! Onde já se viu eu querendo dormir e o vizinho cantando no videokê? Eu posso, sou especial. O vizinho não.







E não é só isso não. Aliás, o barulho é apenas um dos inúmeros problemas em um condomínio onde vivem pessoas que não tem respeito ou educação pelo próximo. Ouvimos muito: eu estou pagando pelo aluguel do salão do condomínio, então tenho o direito de fazer barulho até a hora que eu quiser! Vou usar a piscina da maneira que eu quiser pois estou pagando. Enfim, quando a pessoa está pagando algo, pensa que comprou até a alma do outro. Vou te contar uma coisinha, meu amigo: não só você, mas 650 condôminos também estão pagando para usar a piscina e as áreas comuns. Todas essas pessoas também tem família e também fazem aniversário. Portanto, se a sua família for nadar de jeans e o motor quebrar, serão outras 649 famílias que também ficarão sem esse lazer.

Quando assinamos o contrato de compra ou aluguel de um apartamento ou casa em condomínio, recebemos com ele todas as regras. O que posso ou não fazer. Meus direitos. Meus deveres. Mas a grande maioria assina sem ler. Se eu fosse o responsável pela venda ou locação diria: traga toda a sua família, sentem-se aqui e vamos ler juntos todas as regras. Se não fizer isso não vamos fechar negócio.

Mas brasileiro né? Preguiça de ler, preguiça de trabalhar, preguiça de viver...depois quando a multa chega não pode nem reclamar. Infelizmente falta uma eficaz aplicação dessas multas e uma fiscalização pontual dessas regras de convivência. Tem existido muita tolerância por parte de quem deveria cobrar dos moradores e aplicar as punições. Até eles pensam: ah, coitado, era aniversário dele hoje...desta vez passa, da próxima dou multa...







Parte boa do condomínio? Segurança, conforto, limpeza, vivência em comunidade. Parte ruim? Grande parte das pessoas que vivem ali não tem respeito ao próximo. Só pensam no seu bem estar. No seu prazer. Não sabem viver em comunidade.

domingo, 24 de setembro de 2017

Uma noite no cinema


Gostaria de falar um pouco de cinema. Mas não de lado de lá. Quero falar do lado de cá. Do lado do espectador. Espectador? Palavrinha antiga, não só no termo, mas também na sua definição. Porque hoje não somos mais espectadores. Participamos, escolhemos, criamos conteúdo. O cinema, a TV, as mídias respondem aos nossos desejos. Mas fiquemos por ora apenas com o cinema. Sábado a noite. Dia oficial do filme. Pelo menos pra mim. Na sexta já me programo. Organizo toda a minha vida para assistir algo especial. Não aqueles filmes que pegamos pela metade durante a semana na TV a cabo. Mas aquele filme especial, escolhido a dedo. Uma ocasião de cinema. Sim, sábado é minha "ocasião de cinema".
Na sexta já começo a pensar. Olho primeiro nos anúncios de cinema do jornal. Vejo trailers, horários. Se algo me agrada já me programo. Compro online. Ou chego uma hora antes. Depende de meu tempo e meu estado de espírito. Se nada me tocou, começo a pensar no plano B: filme em casa. Na categoria filme em casa eu tinha três opções: locadora, TV a cabo e Netflix. Porém, a locadora perto de casa fechou, e fiquei triste pois eu ia lá desde criancinha. Era um dos meus locais prediletos. Senti quase a mesma tristeza que no dia que demoliram um dos cinemas mais antigos de minha cidade. Ou no dia que demoliram metade da escola onde estudei a vida toda.




Aham, continuando, Tenho duas opções. E dentro da opção TV a cabo, tenho uma sub-opção, que substitui de maneira 4x mais cara a minha antiga locadora, que é "locar" filmes online. Qualidade de imagem e som é bem melhor, mas na locadora física eu pegava vários filmes pelo preço de um nesse novo sistema. Escolhida a opção, vem a parte deliciosa: os "comes" durante o filme.
Sou do tipo que não assiste filme sem beliscar. Pipoca é a opção 1. Depois vem salgadinhos de pacote, chocolate, docinhos de gelatina ou goma, chiclete e suco. Ou refrigerante. Sim, muitas gordices. Ocasião especial pede cardápio ousado.
Tudo preparado, no cinema ou em casa, é só chamar a galerinha e dar o "play".
Adoro os trailers. Conheço minhas futuras escolhas de filmes. E já fico ansiosa dizendo: esse eu quero ver! Ah, esse deve ser uma porcaria. E também fico muito brava com filmes cheios de spoilers. Assistindo o trailer não precisa nem ver o filme. Você já sabe tudo o que vai acontecer. O bom é que se demorar uns meses pro filme passar a gente só lembra que gostou do trailer e assiste, pois já esqueceu de tudo...

Começa o filme e também a bagunça. Aquele "clic" característico das latinhas de refrigerante sendo abertas ou o barulhinho do gás saindo das garrafas. O som do saquinho de salgadinho e das pipocas sendo mastigadas. Mas ninguém reclama, pois todos estão juntos nessa.


Daí a pouco aquela criança que fica perguntando tudo: "Mãe, porque ele pegou aquele pauzinho? Quem é a Mary? Olha, ele tá abaixando, olha, ele pegou a pedra, olha, ele jogou a pedra na cara da senhora..." E de repente um "shiuuuuu"! Silêncio pedido e solicitação atendida. E quando vai aquela galerinha que tudo que acontece tira sarro em voz alta? Ou aquele casal que nem filme tá vendo, só quer se beijar bem na sua frente fazendo aquele barulhinho irritante de beijo que só aguenta escutar quem está participando? Ainda não acabou não! Se o filme é de comédia sempre tem aquele "ser" com a risada mais escrachada de toda a cidade, que resolve vir exatamente na sua sessão e que te faz rir mais do que o próprio filme. Nas primeiras vezes né? Depois aquilo vai te irritando e a vontade é de subir e colocar uma rolha na bendita ou bendito.
Mas ainda tem uma situação específica que é a do filme longo e interessante. Porque você quer ir ao banheiro, mas não quer perder nadinha do filme. Então, já sabendo disso, você nem bebe seu suco. Molha um pouquinho a boca quando dá aquela sede, porque é melhor passar sede do que sair do filme e perder algum lance. E quando você não sabia que o filme era longo e bebe 3 litros de água e acaba saindo e, quando volta, o personagem principal morreu ou aconteceu a coisa mais importante do filme e ninguém quer te explicar porque está atento à ação?
Em casa tem alguns problemas que não acontecem como no cinema. O banheiro está ao lado. Mas se aumentamos o som, no caso de apartamentos, logo o vizinho interfona ao porteiro que nos pede pra abaixar, ou, os mais impacientes já lascam a vassoura no teto. Ou no piso, no meu caso. Então ficamos sem a opção do som que tem no cinema. Mas quem mora numa casa grande e isolada pode fazer "a" sala de cinema. Então coloca sua tela de 60 polegadas com um som espetacular e pronto. Cinema sem seus inconvenientes.
Mas apesar de tudo isso, adoro o cinema. Em casa ou fora dela. E mesmo as vezes saindo brava de um filme, logo estou de volta. Pronta pra escutar de novo a risada da tia doida, ou pra passar sede e não ter que ir ao banheiro e perder a melhor parte do filme.



domingo, 17 de setembro de 2017

Por que gostamos tanto de séries?

Recentemente, depois de quase um ano, estou terminando de assistir à série "Glee", pelo Netflix. E com isso percebi que os apaixonados por séries e por filmes tem perfis diferentes. Ou, como eu, tem momentos diferentes. A série tem algo mais duradouro. Você pode se apegar mais ao personagem, pois irá vê-lo muitas vezes ainda. Irá acompanhar sua trajetória. Desenvolvemos uma relação pessoal com aquela série, principalmente quando ela condiz com nossos interesses pessoais. No meu caso, Glee, me toca totalmente, pois sou musicista. A série me envolve, me faz querer ver mais e ao mesmo tempo não querer que ela acabe. Mal eu terminei essa última temporada e já estou vendo a primeira de novo. Até porque a Netflix decidiu que vai retirar a mesma de seu catálogo em 01 de julho desse ano.




Mas o que diferencia o apreciador de séries e o de filmes? Ou, pelo menos nossos "momentos de vida Séries" e nosso "Momento Filmes"?
Tem dias que não quero ver uma série. Quero simplesmente ver um filme e resolver o assunto. Ou vários. Dias em que não quero me envolver ou apegar. Quero ver várias histórias que se resolvem em no máximo duas horas. Parece -me que nesses dias estamos precisando de algo que se resolva rápido, que nos dê o entretenimento necessário e nos satisfaça imediatamente. Queremos a sensação agradável e imediata. Percebo também que são dias mais acelerados e que estou aberta ao novo.

Mas tem os dias da série. Percebo nesses dias que quero algo familiar. Não quero conhecer novos personagens. Quero ver meus velhos conhecidos, acompanhar sua história, ver seus altos e baixos. saber o que vem a seguir, como vão lidar com isso. Me emocionar com suas conquistas, chorar com suas perdas, me irritar com seus erros. Percebo que são dias que estou mais paciente, disposta a ouvir os problemas dos "meus" personagens.


Esses dois momentos são distintos, mas não se excluem. Já aconteceu comigo de começar um filme e ter uma nostalgia, pelo filme ter acabado. Ficar com vontade de mais. Um vazio de "o que acontece depois"? Então corri para minha série. E agora, com o fim de Glee, procuro desesperadamente um outra que possa me envolver tanto como ela fez. Uma exceção é a trilogia de "Senhor dos Anéis". Me satisfez completamente, teve uma resolução, mostrou o que aconteceu depois da vitória, com cada personagem. Não vi novamente, pois ficou tudo certo pra mim. Resolvido, acabado.
Enquanto acompanhava Glee, passei também por outras séries. Séries que vão continuar. Que aguardo a segunda temporada. "3%", "Girlboss", "Once Upon a Time" (esta última aguardo pelo Netflix pois não consigo ver pela TV, quase nunca consigo estar em casa no horário marcado que ela passa).


E o Netflix e outros serviços de Streaming de Videos, nos proporcionam esta personalização, esse sentimento de posse com a série. "Ela é minha, posso ver a hora que quiser e onde quiser. Ela estará lá para mim". O filme, mesmo os que mais gostamos, são efêmeros. Eu assisto e passou. Ele cumpre sua função. Mesmo que possamos vê-lo outras trinta vezes, não dá aquele sentimento de perda porque ele sairá do catálogo. Ele ainda pode ser encontrado.



Fiquei contente essa semana porque um dos meus filmes "água com açúcar" prediletos entrou no catálogo da Netflix. "Enquanto Você Dormia", com Sandra Bullock e Bill Pullman. Mesmo já tendo visto umas vinte vezes, fiquei feliz pois procuro este filme há tempo para rever. E poder ver "Star Wars" no Net Now? Quando eu quiser? Mas, mesmo assim, sei que posso encontrá-los de alguma maneira por aí.


Já com as séries é um sentimento de orfandade quando retiram do catálogo. Já não terei mais a segurança de ver Glee novamente. Ela não estará mais lá. E será que poderei encontrá-la em outro lugar? É como se meus amigos, que convivi por um ano, fossem embora. E já não pudesse mais me comunicar com eles.
O final de uma série nos traz uma satisfação, pois fecha um ciclo. Mas nos deixa nostálgicos. Parece o mesmo sentimento de quando terminamos uma faculdade. Alívio e tristeza. E que alegria é quando sabemos que aquela temporada não será a última! É como voltar à faculdade para uma pós-graduação, com vários amigos que estudaram conosco. É saber o que houve depois, como ficaram. É como rever nossos queridos depois de uma longa separação.


Depois do final, nos resta encontrar uma outra série que nos encante. E que nos faça esperar pela próxima temporada. Mas "caçar" essa série é que é a parte difícil. Já comecei várias, mas nenhuma mexeu com aquela "coisinha diferente" lá dentro. Nem por isso deixarei de procurar pelos meus próximos amigos e inimigos que passarão um bom tempo comigo. Enquanto não os encontro, vou conhecendo amigos de uma noite, nos filmes.



Ps: Após terminar este artigo, ainda com essa insatisfação por perder Glee, comecei a procurar pela internet a série. E, procurando em minha TV, no Net Now, descobri que esta série faz parte do catálogo da "Claro Vídeos" até Agosto de 2019. Fiquei muito feliz. Mas o sentimento que descrevi acima foi muito verdadeiro e não mudo em nada o que disse. Ficar sem nossa série favorita traz mesmo o sentimento de "orfandade". 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A seta no automóvel: instruções simples de como utilizar essa maravilha tecnológica


Pessoal, hoje eu estou aqui para escrever um texto informativo ensinando a vocês, o que é a Seta. Vou tentar ser bem clara e mostrar ilustrações para que todos possam entender e utilizar essa ferramenta mágica que existe em seus automóveis e que muita gente não conhece.
Vamos lá: a seta é uma pequena alavanca, localizada junto ao volante do carro, do lado esquerdo. Quando a acionamos, uma luz se acende lá na traseira do carro. Se a colocarmos para baixo, acende a luz do lado esquerdo. Colocando para cima, meus queridos, acende a luz do lado direito. Fantástico não? Isso ajuda muito, pois já não precisamos mais ficar tentando adivinhar para onde o carro da frente vai! As crianças que se chateiam um pouco porque adoram brincar de adivinhar para que lado o carro vai virar. Mas, paciência.



A pessoa que está atrás fica muito alegre quando você aciona a seta. Você achou que ela era apenas um enfeite ou algo sem função no carro né? Ahaaá! Agora você descobriu para que ela serve! Também evita que você bata o carro! Não é ótimo? Eu sei que se isso virar moda, se todo mundo aprender o que é a seta e passar a usá-la, muitos acidentes serão evitados. E com isso as oficinas de funilaria podem ficar bem chateadas. Mas você não. Você vai adorar não ter mais que ir toda semana retocar a lataria do seu veículo ou trocar seus faróis porque ficou tentando adivinhar para que lado o carro da frente viraria! Isso sim é inovação!


Eu não vivo mais sem a seta. Evita tanto estresse e brigas no trânsito. E também evita atropelamentos, pois o pedestre sabe para que lado você vai virar. Desde que a conheci não parei mais de usar. Confesso, viciei na seta. Mas a coloco mais na categoria de hábitos saudáveis. Comer frutas, fazer exercícios e usar a seta farão, com certeza, que você e eu tenhamos uma vida mais longa e com saúde! Comece a usar hoje mesmo! Não tem contraindicações, desde que seja usada da maneira correta.