domingo, 31 de agosto de 2014

E viveram desastrados para sempre...

Desastrada! Desde pequena. Sempre fui a que derruba o leite na mesa, o vaso novo da mãe, que tropeça na cabeça do cachorro. E parece uma coisa indomável, um destino, algo que grudou em mim e não consigo jeito de arrancar.



Tentei me concentrar mais no que estou fazendo, mas aí, derrubo outra coisa que esteja fora do meu ângulo de concentração. Olho pro cachorro, pra não pisar na cabeça dele, mas bato as costas na quina da estante.

Quem me conhece nem me pergunta mais porque meu braço tá roxo, ou o que fiz no joelho. "Ah, ela deve ter batido na quina do pé da cama". "Certeza que ela tropeçou no rabo do cachorro".

Dia desses, quase despelei minha filha com leite quente. Sorte que ela é esperta e bem menos desastrada que a mãe. No meio da loja de conveniência do posto, ela queria ir embora e decidi pedir um copo para levar o chocolate quente dela embora. Olha, devia ter pedido pra moça... virei metade na mesa. Mas sem pânico, ainda consertei falando pra ela que foi bom, pois ela não aguentaria tomar tudo.

Diziam pra mim que havia uma época, na adolescência, em que derrubamos tudo, pois havia um crescimento acelerado e era mais difícil nos adaptarmos a esse novo corpo crescido. Bom, eu não cresci muito. E não passei da fase de derrubar tudo.

Acabei encontrando um namorado, hoje noivo, tão desastrado quanto eu. Ele sempre foi o menino desligado, que derruba tudo, hiperativo... dá-lhe ritmo pra acompanhar esse garoto... Mas deu certinho, derrubamos o suco juntos, rimos ao quebrar mais um enfeite da estante ou ao topar o dedinho com o pé da cama pela milésima vez. Felizes e desastrados pra sempre.


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