domingo, 31 de agosto de 2014

A vergonha do Etanol

Semana passada entrei normalmente num Posto de Combustíveis pra abastecer meu carro. Um calor terrível, sol, e a moça não vinha me atender. Já estava meio zonza do dia, da correria. Foi aí que comecei a pensar que aqui em Bauru ainda falamos Álcool e não Etanol. Por que motivo mudou de nome se ainda continuamos chamando pelo nome antigo? Ouvi dizer que em outras cidades até riem se a pessoa pede 20 reais de "álcool". 



Enfim, com todas essas ideias em mente, resolvi mudar meu jeito de pedir, apesar da vergonha pela novidade. "Não, vou fazer do jeito certo". Chegou a moça. Falei bem baixinho, pra ninguém ouvir: 
- Coloca 20 reais de Etanol. 
Ela não ouviu. 
- O que moça, não entendi?  
E eu, um pouco mais alto: 
-20 reais de etanol, por favor.
-Etanol? Você quer 20 reais de etanol? - agora ela falava quase gritando. 
- Sim, é isso. 
Olhava pra todos os lados, pra ver se alguém tinha me escutado falar etanol. Não, parecia que todos estavam bem preocupados em cuidar de suas coisas, falar em seu celular, comer seu risoles.
Então, antes de abastecer, ela gritou de novo, agora mais alto:
-Etanol que você quer né moça? - falou com um ar de riso, meio tirando um sarro de mim. 
- Sim, isso mesmo.
Desta vez parecia que todos realmente haviam escutado minha ousadia de pedir Etanol, numa cidade onde o normal é pedir álcool. Só queria que ela abastecesse logo pra sumir dali. 

O estranho é que eu estava fazendo a coisa certa e fui recriminada como se estivesse falando "sumissu" ao invés de sumiço. E foi isso que fiz, dei um "sumiço" daquele posto e prometi a mim mesma não falar mais Etanol. Pelo menos em Bauru. 

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