segunda-feira, 13 de julho de 2015

Escrever um livro e tecer uma trama: o caminho é melhor que a chegada!

Escrever um livro é como tecer uma trama. Com paciência, calma e riqueza de detalhes. Diferente do tal poder de síntese exigido no vestibular: "Menina, resuma melhor sua ideia! Lembre-se que terá apenas 25 a 30 linhas para discorrer sobre o assunto! Sintetize!!!" E assim passamos três anos de preparatório escutando a mesma história. 

O poder de síntese pode ser muito bom no dia-a-dia. Como é complicado quando vem um "ser" e começa a contar aquelas histórias intermináveis de assaltos, homicídios, fim do mundo e fofocas da vida dos outros com riqueza de detalhes. Ele quer ser o narrador onisciente da história. Saber até os pensamentos dos envolvidos. 

Muito diferente disso é escutar as deliciosas histórias de nossos pais e avós. Como o tempo é bem aproveitado, como aprendemos com elas! Essas sim mereceriam não 25 a 30 linhas, mas um capítulo inteiro de um livro! 

Para tecer uma trama é necessário conhecimento técnico. Entender como a trama se forma. Saber utilizar os materiais necessários. Ter senso estético para criar algo bonito. Fazer com paciência, revisar o trabalho feito constantemente. Ter amor e prazer no que faz, para que quem receba o presente possa ver o capricho. 



Escrever um livro não é muito diferente. E não é para poucos habilidosos. É para os corajosos. Começa-se sentando e imaginando a história. Começo, meio e fim. Anotando tudo. Organizando em capítulos. E depois, a parte mais difícil: escrever. Contar a sua história sem sintetizar. Passar ao leitor os sentimentos da personagem. Que ele sinta o perfume ou o sabor, apenas com suas palavras. Escrever devagar, com calma. Demore uma semana ou um ano. Pois o mais gostoso de tecer uma trama é durante. O melhor de viajar, é o caminho. 

Obs: Aprendi algo importante com esse texto: nunca mais escrever direto na página do blogger. Procurar escrever no word, ou no papel. Ou então ir copiando o texto durante a escrita, por várias vezes. Eu perdi a primeira versão do meu texto. Tentei recriá-lo. Mas ficou muito menos inspirado. O primeiro me maravilhou. Este segundo me fez sentir mais como a redação de vestibular. Por isso, mas uma dica aos escritores: caderno sempre à mão. A primeira ideia é a melhor. A mais inspirada. Depois que ela se perde...o encanto da primeira escrita vai junto...