sábado, 23 de maio de 2015

Branco, de novo?

O cursor pisca. Tu. Tu. Tu. Tu. Tu. Esse seria o som dele se ele fizesse algum som. Mas na minha cabeça ele faz. Um tu tu tu chatinho. Irritante. Inconveniente. Digamos até desafiador. Como se ele me olhasse e dissesse: vai, cadê a escritora criativa? Cadê a criancinha que escrevia histórias na sua máquina de escrever. Cadê a blogueira? Escreve vai, me empurra pro final da folha se puder. Não é isso que você sempre diz que vai fazer?

E esse tu tu tu dele parece que tem dois efeitos em mim: impulso e medo. Impulso de desafiá-lo. Medo de não ter uma boa ideia. Sinto cheiro de pão agora. E o tu tu tu em minha cabeça. Cheirinho da padaria da frente. Tu tu tu. Olha aqui seu cursor atrevido, vou te empurrar sim para o final da página! Ou pelo menos para o meio, não sei.

Precisei parar, chegou uma pessoa. Enfim, onde estávamos? Ah sim, eu trabalhava num meio de empurrar este bendito cursor para a frente. No editor de textos do Office estou. Quando eu usava a máquina de escrever não havia cursor. O único barulho que eu escutava era o de minhas ideias. E agora, com a evolução dos meios, tenho que aguentar esse bendito e chato cursor me cutucando. Tu tu tu. O que você está pensando? Que não consigo te movimentar? Que vai ganhar de mim? Mas não vai mesmo!

Olha para você agora. Dá uma espiadinha. Olha pra cima! Ahá!!!! Está no meio da folha! Quem diria que eu não faria você se mover? Agora engula isso se puder. E da próxima vez que quiser me perturbar, lembre-se: eu poderia ter te movido com um simples empurrar da barra de espaço. Mas como não sou trapaceira, eis aqui você novamente.

Até breve, nos vemos em uma nova folha virtual em branco. Tu tu tu...




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