quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Geração Y: os verdadeiros Nativos Digitais

Há um tempo venho ouvindo de amigos, professores da faculdade e outros, que nossos alunos, filhos, sabem muito mais de tecnologias do que nós. Que intuitivamente mexem com o celular, tablet e outros recursos. Chamam esses jovens, essas crianças de “Nativos Digitais”. São nascidos no final do século XX e início deste século. Eles teriam como característica principal o fato de terem nascido já com a tecnologia digital, com a internet. São a Geração “Z”.

Porém, há um equívoco em tudo isso. Se meus pais, que tem a média de sessenta anos de idade dissessem isso, que seus filhos sabem muito mais de tecnologia que eles, concordo. Eles tiveram que aprender o que era cada um desses recursos, depois de uma certa idade. Lembro do meu bisavô, Joaquim, um espanhol nato que, quando chegou a TV em sua casa, conversava com as pessoas da tela, as convidava para um café, acreditando que realmente estavam ali. Engraçado? Mas aquilo era algo muito maior que ele poderia entender. Ah, ele estava em seu juízo normal, caso queiram saber.

Vejo um erro na nossa geração, que se situa entre 22 a 37 anos de idade em média, ao dizer que os filhos sabem mais. Peraí!!! Vamos relembrar nossa infância Geração Y? Vou falar da minha. Cada um faz sua ponte.




Em minha infância cresci sim com as tecnologias. Nos anos 80 já tinha vídeo game e, mesmo quem não tinha como comprar um, sempre tinha um primo, vizinho, parente em que juntava a molecada para jogar. Tínhamos vários brinquedos que vejo hoje as grandes empresas relançando. Bonecas que falam, patinam, fazem bolhas, xixi... carrinhos com controles, robozinhos, computadores infantis. Vai me dizer que isso já não é tecnologia? E os vídeo cassetes e filmadoras, que manejávamos, programávamos para os nossos pais, que se enrolavam todos?



Na escola, me lembro bem, tinha aula de informática, começo dos anos 90. Usávamos um computador antigo, daqueles que ainda tinha a tela preta, com letrinhas verdes. Para fazer um pontinho mexer na tela, era necessário escrever linhas e mais linhas de programação. E se errasse uma vírgula...ai! Que tristeza, revisar toda a programação... Mas, ao final, ao ver acontecendo o resultado da programação, nossa, que alegria! Me sentia nos filmes de ficção. Era a aula que eu mais esperava na semana. 


Na adolescência, logo conheci o famoso PC com Windows 3.11. Era uma novidade. Meus amigos da escola iam em casa, eu ia na casa deles, pra podermos jogar. Joguinhos simples, que hoje a criançada acha bobinhos. Mas era o máximo! Então, eu e meus amigos resolvemos escrever um jornal da escola. Ficou tão legal! Como eu gostaria de ter guardado uma cópia. Em disquete...aham... até parece que estaria vivo até hoje. Também me lembro que ficava doidinha vendo meu pai fazer o Imposto de Renda, e levando pra Receita, naquele bendito disquetão, o primeiro, que parecia um papel. Achava meu pai super tecnológico, diferente dos outros pais.


Ainda no início da Internet no Brasil, nós, pré-adolescentes e crianças, vimos seu nascimento, aprendemos a utilizá-la ao mesmo tempo em que ela evoluía.





Devo concluir, então, que nós, "os pais" da Geração Z (nascidos na virada do século até os dias atuais), somos totalmente integrados às tecnologias digitais e, ao contrário dos nossos filhos, que pegaram tudo prontinho, acompanhamos e crescemos ao mesmo tempo em que a tecnologia se desenvolvia. Passamos por cada etapa da evolução do computador pessoal. Filmamos com Fita K7, com DVD, com Cartão de Memória. Conhecemos o Visual Basic, MS-DOS... coisas que as crianças já ouviram falar, mas nem sabem como lidar (pelo menos a maioria delas que não está estudando informática...). Usamos os primeiros telefones sem fio, enormes, acompanhamos o nascimento do celular. Nós da Geração Y sim, somos os verdadeiros Nativos Digitais. Aliás, somos os primeiros. A partir de nós todos são.  





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