segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A pedra vegana no meu sapato



Há pouco tempo fiquei sabendo a diferença entre "vegetariano" e "vegano". Até então, onívora que sou, acreditava ser uma forma de vida onde se exclui a carne de qualquer animal. E nem sonhava com algo que me deixasse longe de meus deliciosos bifinhos grelhados, de um churrasquinho em família ou de um peixão assado no forno. 

Então, recebi a notícia: meu filho de 13 anos decidira se tornar vegetariano. E começou a revolução na família. "Ele não come carne, não podemos levá-lo a uma churrascaria"! "Frita um ovo pra ele porque hoje tem frango ensopado". "Vamos assar uns legumes na churrasqueira porque senão ele vai ficar sem comer"!. 

Enfim, transtorno geral. Mas ainda era aceitável, já que podia consumir ovos e leite. Sendo assim um bolinho de cenoura, umas vitaminas de fruta ainda caiam bem. 

Porém, não bastasse isso, após um mês ele decidiu se tornar VEGANO. Minha primeira reação foi perguntar: "mas você já não era"? E veio a sua longa explicação do que era veganismo e suas implicações para a natureza. "Vegano não consome nada de origem animal. Nem usa roupas que vieram de animais, cosméticos, nada que possa ter causado algum sofrimento a eles". Ok, entendi. Além das carnes agora excluímos ovos, leite, mel, gelatina, shampoo de queratina e jaqueta de couro. 

Logo pensei: "e agora, o que esse menino vai comer? Vai ficar desnutrido"!!! E vai a mãe pesquisar na internet o que um vegano pode comer. Receitas, alimentos que supram as necessidades de vitaminas, substituições... SOCORRO!!! 

Em casa temos variedades alimentares quase como num zoológico. Para alimentar o povo de casa é preciso ser um pouco malabarista. Eu, como já citei no post "Alergias e Intolerâncias da Rainha Rata", tenho inúmeras restrições: lactose, fritura, gordura, carne de porco... Minha filha de 8 anos, é diabética, tipo 1. Meus pais tem gostos pessoais, mas dentro da normalidade. Meu irmão come o que pintar. E agora... um vegano. 

Só sei dizer que minha conta no mercado está parecendo aqueles antigos pergaminhos enrolados. Vai puxando e é papel que não acaba mais. Ser vegano não é caro. O que é caro é alimentar um vegano, um diabético, um IL (Intolerante a Lactose) e três onívoros. Além dos cães, passarinhos e hamsters, claro. Todos os que trabalham da minha casa tem pavor ao escutar a derradeira frase: "precisamos ir ao mercado"... AHHHH! Essas quatro palavrinhas pra nós tem sido quase igual a ouvir: "devo informar que a senhora terá trigêmeos". Ou ainda: "mamãe, sem querer eu formatei seu computador..." (isso é um fato real, a senhorita minha filha fez isso aos 4 anos de idade). 

Atualmente, ainda estou nas tentativas de fazer, pelo menos, que ele volte a ser vegetariano. Ou estudando um jeito de criar galinhas em casa, com um mini quintal, já que, como ele mesmo diz, se criarmos em casa, sem machucá-las e sem galo (pra não ter pintinho dentro do ovo mas apenas o óvulo), eu aceito comer ovos...


Obs: Antes que haja algum mal entendido, não sou contra o veganismo e nem estou criticando o modo de viver dos mesmos. Aceito isso, desde que respeitem minha vida onívora. O texto não pretende mudar a opção alimentar de ninguém, mas apenas relatar minhas experiências com o assunto de maneira bem humorada. 




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