Oi, gente! A chefe do meu bando foi dar uma voltinha e
esqueceu essa caixinha preta de letras ligada. Sempre vejo ela apertando várias
coisinhas aqui e saindo várias historinhas da carochinha, então eu tive vontade
de fazer o mesmo. Sim, sou uma gata de apartamento 4 meses de idade. Sobre o fato de eu
saber escrever, não pense sobre isso. Apenas aproveite minha historinha.

Depois disso, eu fico doida por um colinho, afinal, ela
passa a noite toda trancada na caminha dela e eu correndo por aí. Dentro do apartamento,
claro. Sou uma gatinha de apartamento. Mas ela me diz: agora não posso. Fico
chateada, mas não desisto! Começo a correr entre as pernas dela, andar na
frente dela, para que me olhe e me pegue! Então ela sorri pra mim e me pega. E
eu fico toda contente, ronrono. Mas logo minha alegria acaba pois ela me põe no
chão e vai trocar sua pelagem. Aliás, queria entender como ela consegue mudar
de cor todos os dias. Por mais que eu tome meu banhinho, perco apenas uns
pelinhos. Ela perde tudo e pega um outro na caixa grande do quarto dela. Eu
adoro entrar nessa caixa grande. Mas ela sempre diz: sai, Mia! Eu tento me
esconder, mas ela me tira. Mas eu entro lá quando ela sai e esquece a porta
aberta. Tem muitas presas lá. Tem umas coisas penduradas nas pelagens dela.
Umas cobrinhas coloridas. Ela brigou outro dia porque matei uma delas. Poxa, eu
só queria ajudar...
Ela sai e eu vou logo achar um lugarzinho pra dormir. Gosto
da caminha dela, do beliche da outra gata do bando, uma menor, mas não é a
chefe. Gosto dela porque sempre me diz: vem com a mamãe. O engraçado é que não
vejo semelhança entre nós? Também tenho um túnel rosa muito legal, com um lugarzinho
que uso para afiar minhas unhas. Tenho que estar preparada para qualquer presa
que eu encontre!
Tem um gato, maior que a chefe, que passa a manhã comigo. Às
vezes tiramos um cochilo juntos. Outras vezes ele fica numa outra caixa de
letrinhas, só que bem maior que essa que estou usando.
Quando minha barriguinha começa a roncar de novo, a chefe
chega. E o parceiro dela também. Gosto muito dele porque brincamos de
mordidinhas. No caso, eu o mordo. E ele sempre diz “ai”! E eu fico contente e continuo,
pois ele deve ter gostado! Eles me dão meu papá e fico esperando um colinho de
novo. Mas muitas vezes o telefone toca e o gato chefe sai correndo. E a chefe
do bando vai lavar as vasilhas de ração deles. Eles bebem água numa tigela
comprida e transparente, diferente da minha. Acho que eu não conseguiria, até
porque as patas deles conseguem segurar a tigela. As minhas não. Mas eu consigo
pular de muito alto e eles não.
Depois que todos saem, minha mãe gata e o gatão grande ficam
batendo papo comigo e chega minha hora de ir vigiar lá fora. Subo em cada uma
das janelas do apê e olho tudo. Tem uma plantas suspeitas que eu queria pegar
mas a chefe colocou uma tela que impede que eu saia. Já tentei morder, mas ela
não rasga.
À noite é minha hora preferida, pois o bando todo se reúne
pra comer ração e olhar para uma caixa falante que fica na parede. Eu não sei o
motivo disso, mas o que gosto mesmo é de ficar no colo de todos eles, que
conversam comigo e brincam, que me afagam e dizem que sou bonita. Amo meu
bando. Só não entendo porque todos vão para suas caminhas na hora mais legal!
Eu pulo neles mas me põem pra fora e fecham a porta. Eu corro e bato na porta
mas não abrem. Bom, então eu deixo os chefes dormirem e vou pra caminha dos
gatos menores. Eles me dão um lugarzinho e eu durmo um pouquinho. Até eu ver
uma presa e sair correndo para pegá-la!
E esse é um dia na minha vida. Sou Mia, a gata de
apartamento. Lambeijos a todos vocês!
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