sábado, 31 de dezembro de 2016

Brincadeiras e tradições de ano novo


Final de ano. Festas, ceias, churrascos. Família reunida para festejar. Fico relembrando as agruras da infância. Ainda hoje vemos muitas pessoas que se preocupam com a cor da roupa, em usar calcinha nova ou pelo menos uma peça de roupa nova, em fazer alguns rituais para ter sorte no novo ano.

Quando eu era criança, acabava participando de muitos desses rituais e tradições. Nunca acreditei muito nessas coisas, pois não sou supersticiosa. Para minhas primas e eu, tudo era uma brincadeira mágica. E quais eram os rituais? Vamos lista-los aqui:

1 – Cores de roupas e nossos desejos para o próximo ano. A maioria vestia branco, para ter paz. Mas os adultos escolhiam lingeries de cores variadas de acordo com o que gostariam de ter também no novo ano, além da paz. Vermelho: paixão. Rosa: amor. Verde: esperança. Amarelo ou dourado: dinheiro. E por aí vai. E nós, crianças, queríamos mesmo era o branco. Deus me livre roupa vermelha pra ter paixão! Queríamos era bagunça e diversão! Claro que se tivesse uma cor especial pra ganhar mais presentes, bem que gostaríamos.




2 – O que fizéssemos à meia noite e no primeiro dia do ano, faríamos o ano todo. Nessa hora a gente caprichava. Fazer a contagem regressiva com o pé direito, perto da família, alegres e sorrindo era primordial. E no dia 01? Fazíamos tudo o que era mais divertido. Brincadeiras, doces gostosos, música. Ganhar presentes...hehe. Porque queríamos continuar o ano todo assim. E quando acontecia algo ruim no primeiro dia tipo uma dor de barriga, ou não entrar de pé direito? E quando acordávamos tarde, achávamos que acordaríamos tarde o ano todo. Se comêssemos bolo, comeríamos o ano todo e por aí vai.


3 – Comer romã e colocar na carteira. Lembro bem de ir com nossos pais atrás de Romã, uma fruta exótica, para poder comer sete sementes no dia de ano e colocar na carteira para ter fartura. Eu e minhas primas não estávamos nem ligando pra isso. Só pra chupar umas sementinhas de romã mesmo que eram bem gostosas...


4 – Existiam também os pratos típicos da data. A lentilha, o espumante, o bolo da vó. Nossos pais comiam lentilha pra ter sorte. E nós porque era gostoso. Sinceramente? Eu nem sabia direito o que era ter sorte naquela época. Pra mim eu já tinha muita sorte.


Hoje me lembro e dou muita risada. Já não ligo mais pra cor de roupa. Mas gosto de usar roupa nova, como em qualquer festa. Percebo que esses rituais eram mais brincadeiras para nós crianças. E os nossos pais já perceberam que tudo isso não vale nada. O que vale de verdade é trabalhar muito para ter as coisas. O rico, o bem-sucedido, 99% das vezes não teve sorte. Teve suor, esforço e luta. Teve coragem de acordar cedo, dar o seu melhor. Teve visão de futuro e plantou a semente. Sorte é poder acordar todos os dias e lutar pelos seus objetivos. Sorte é trabalhar no que gosta. Sorte é ter uma família unida o ano todo, não apenas nas festas. É ter saúde. Feliz ano novo para todos!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O Natal em duas épocas diferentes: 1985 e 2016




1985. Semana do Natal. Centro comercial da cidade. Uma mãe e seus três filhos em busca dos presentes de Natal. A mãe e os filhos pegam o ônibus. As crianças super animadas por andar de ônibus. Riem, conversam, brincam. Olham tudo lá fora e acham muito interessante. O filho maior ajuda a mãe, com toda alegria a cuidar dos menores. Vão comprar presentes para os primos, avós, tios...e estão com uma cartinha na mão, cada um, para colocar nos correios para o Papai Noel.


Durante o passeio, observam tudo. Os carros, motos, casa, crianças, anúncios em outdoors, o cachorrinho andando na calçada. Tudo é motivo para brincadeira. "Vamos contar quantos carros azuis nós vemos até chegar à cidade?" "Vamos ver se aquele cachorrinho vai entrar naquela casa?" E em meio a brincadeiras, esperam ansiosamente para ver o Papai Noel e comer pipoca do pipoqueiro.


2016. Semana do Natal. Um dos Shoppings da Cidade. Uma mãe e seus dois filhos em busca dos presentes de Natal. A mãe e os filhos entram no carro. As crianças animadas por que vão ao Shopping. Cada uma com seu smartphone. Não tiram os olhos da tela. O filho maior briga com o menor e diz pra mãe que ele é muito chato e não fica quieto, não abaixa o volume do seu vídeo e atrapalha sua conversa com a galera do "Whats". Vão comprar presentes para os parentes mais próximos como sua avó e seu priminho menor. Afinal, não dá pra gastar muito. O menor mandou uma mensagem para o Papai Noel no site. O maior nem está ligando pra isso. Sabe que a mãe ou pai que compram mesmo.


Durante o passeio, Riem dos vídeos assistidos, conversam com os amiguinhos no Whatsapp. E não conversam entre si. Aliás, nem sabem o caminho para ir ao Shopping. Esperam ansiosamente para comer um Combo completo numa lanchonete de "Fast Food". Com direito a refrigerante grande, batata frita e sorvete.






1985. Noite de Natal. Que alegria a reunião em família! Vem primos, tios, vizinhos. Muita gente se reúne na casa da vovó. Cada um leva um prato diferente. Todos feitos em casa, assados, fritos cozidos pelas mães. Na TV os programas de Natal infantis especiais. Que só passam no Natal e elas esperaram dias pra ver. A aguardada espera para comer a ceia à meia noite. A oração e os abraços em todos quando chega a hora. Depois disso, todas as crianças correm pra perto da árvore da avó, que foi feita pelas próprias crianças com galhos que o avô apanhou no bosque, e são orientados a fechar os olhos. Se abrirem, o papai noel não vem. E elas fecham e não abrem nem sob ameaça de morte! Então tocam sininhos, e elas sabem que o papai noel está com seu trenó, na garagem da vovó. E quando são autorizados a abrir os olhos: lá está o presente que ele trouxe na casa da vovó!


Ao ir pra casa, vão ansiosos. E chegando lá, mais uma surpresa! Um outro presente deixado pelo papai noel debaixo da sua árvore! E elas ficam imaginando como será que ele fez para estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo? Mas logo deixam isso pra lá. Afinal, ele é mágico.  E vão dormir. No dia seguinte vão de novo pra vovó e cada um leva seu brinquedo. Bolas, bonecas, jogos de tabuleiro, carrinhos, bicicletas... E todos brincam juntos.


2016. Noite de Natal. As famílias se reúnem. Na casa dos avós, ou dos tios, ou numa chácara. Quem vier precisa rachar as despesas. Poucos preparam os alimentos em casa. Muitos compram semi-prontos ou já prontos sob encomenda. Encomendam bolo, tender, frango. Ou fazem um churrasquinho. Na TV o tradicional especial de Natal. Mas a TV está sozinha. A criançada está reunida no computador do avô vendo um vídeo legal de algum Youtuber famoso. Ou já brincando com os presentes de Natal antecipados que ganharam. O churrasquinho vai rolando. Nem sempre esperam meia noite para a ceia. Para que esperar? Quando chega a meia noite, todos se cumprimentam. E trocam presentes. As mães entregam seu presentes aos filhos. E os que ainda acreditam no papai noel, correm olhar na árvore se o presente já chegou. Abrem, se animam. Video games, celulares, boneca que fala, pista de carrinho automatizada...Não brincam. Porque a mãe não quer que o primo quebre o brinquedo do seu filho. Guardam tudo.


Chegando em casa, finalmente podem dar uma espiada nos presentes. Mas logo vão dormir pois já é muito tarde. No dia seguinte vão para o mesmo lugar onde passaram a véspera. Mas a maioria não leva seus brinquedos. Pra não quebrar, claro. Usam a piscina ou ficam no sofá. de olho no celular, um sentado do lado outro. Cada um com seu celular, de vez em quando falam pro primo olhar um vídeo ou imagem engraçada.


As diferenças são imensas. Os tempos mudam, as formas de brincar e festejar mudam. Mas o que não pode mudar é a alegria de se reunir para o Natal, de se reunir com a família. De ter um momento especial de amor, paz e perdão. FELIZ NATAL A TODOS!!!



Involução humana: Homo Corcundus

Estudando a evolução do ser humano através dos tempos, percebemos que ele mudou de uma posição quase animalesca, para uma forma bem mais ereta. O homem, que antes era praticamente um parceiro e andava ao lado de animais e até abaixo de vários deles, foi desenvolvendo seu cérebro, seu corpo. Passou a caçar, a tecer. Descobriu o fogo. De nômade passou a fixar moradia num local quando desenvolveu a agricultura. Não era mais um parasita. Aprendeu a cultivar a terra e a cercar seus animais para alimentação e transporte.


Fixando moradia, ele precisou descobrir maneiras de proteger seu patrimônio. A terra onde estava agora era dele. Pois o que estava nela tinha sido plantado por ele, construído por ele, caçado por ele. Essa pequena comunidade começou a ser ameaçada por outras que queriam tomar tudo aquilo que eles suaram pra conseguir (parece até alguns movimentos que conhecemos hoje?). Então criaram suas armas de guerra. Precisaram lutar agora não apenas para ter o que comer, mas para proteger sua propriedade.


E cada comunidade foi constituindo regras de boa convivência e para sua proteção. A sociedade foi se organizando. E não apenas os nômades e bárbaros queriam tomar os pertences dos outros, como também uma comunidade queria englobar a outra e submetê-la ao seu domínio. Quem tinha mais terra, mais escravos, mais posses, era o Poderoso Chefão da época.


Com isso veio de maneira mais intensa estudos para desenvolver uma tecnologia que permitisse proteger, atacar e desenvolver estratégias mais eficazes para ser o chefão. Os mais perspicazes começaram a criar novas armas e planos de ataque e defesa. Os mais fortes eram treinados para usar essas armas. E as mulheres? Bom, nem preciso dizer o que era feito delas.


E vieram grandes guerras. Fome. E doenças. E como as doenças estavam dizimando grande parte da população, foi necessário realizar mais pesquisas para descobrir maneiras de curar esses males. Mas os males precisavam ser curados e evitados. Perceberam então que muitas das doenças eram causadas por causa da falta de higiene. E começaram a entender a necessidade da limpeza e da prevenção.


Com isso tudo, as guerras foram diminuindo em grande parte do mundo pois se desenvolveu a retórica e a lógica. Os grandes Chefes de Estado passaram a dialogar antes de atacar. Claro que houveram alguns escapes que mataram muita gente... Enfim, nesses "escapes" novas tecnologias se desenvolveram. Pois quem detivesse a melhor tecnologia, detinha também o poder. Porém, algumas pessoas perceberam que essas tecnologias de guerra também poderiam ser utilizadas para melhorar a vida da população. Armazenagem mais eficaz de comida, meios de comunicação, transporte.


Poderíamos conversar com um parente do outro lado da cidade. Ou de outra cidade. Ou de outro país! Que maravilha! As notícias que antes demoravam dias, meses, chegavam muito mais rápido aos jornais. Ficamos mais informados e conhecendo o mundo. A televisão, as imagens de outros locais. O rádio. E depois os celulares. Que ótimo poder conversar sem estar em casa.


Mas isso era pouco ainda. Havia uma tecnologia de guerra não explorada: a internet. Essa veio para modificar de vez o estilo de vida das pessoas. Computadores pessoais, notebooks, tablets e...o "smartphone". E com ele uma nova etapa da evolução humana se iniciou:  de "Homo Erectus" a "Homo Corcundus". O Homo Corcundus ou HC como vou chamar agora, passa o dia conectado. Pescoço olhando para baixo. Para o pé? Não, para o celular. Ele agora pode ver o mundo todo, conversar com várias pessoas e saber das notícias em tempo real. E ele não perde um lance, uma oportunidade de fazer uma foto ou um vídeo, e mandar imediatamente para sua Rede Social.


O Homo Corcundus está a cada dia mais fixado na tela. Foi tão engraçado ver a filmagem de um casamento esses dias! A noiva entrando e a igreja toda olhando para ela pela tela do celular, que filmava ou tirava fotos. Poucas pessoas olhavam para ela e retribuíam seu sorriso. Poucas pessoas viviam o momento com ela e o noivo, seus amigos. O HC passou a viver como no Mito da Caverna de Platão. Ele vê o mundo pelas sombras nas paredes da caverna, ao invés de sair e observar como a vida é muito mais bonita em alta definição. E a cada dia sua coluna entorta mais, pois ele está enxergando menos e escutando também. Precisa chegar bem pertinho da tela do seu "projetor de vida".


O homem partiu de si, se abriu para o outro e agora volta para sua concha, seu casulo. Quem sou eu para falar de internet, de TV? Também estou participando dessa evolução. Mas percebo que ela é bem dolorosa. E que está na hora de tentar reverter. Vamos voltar a olhar frente a frente. Usar com sabedoria a tecnologia. Fazer dela um instrumento de uma evolução para cima.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Sou Mia, a gata de apartamento, prazer em conhecê-lo!


Oi, gente! A chefe do meu bando foi dar uma voltinha e esqueceu essa caixinha preta de letras ligada. Sempre vejo ela apertando várias coisinhas aqui e saindo várias historinhas da carochinha, então eu tive vontade de fazer o mesmo. Sim, sou uma gata de apartamento 4 meses de idade. Sobre o fato de eu saber escrever, não pense sobre isso. Apenas aproveite minha historinha.







Todos os dias a chefe de meu bando acorda muito cedo. Na mesma hora que eu, coincidentemente. E logo peço um pouco de ração, pois passo a madrugada toda acordada e sinto muita fome. Como vejo ela indo à caixinha de areia dela, que no caso nem areia tem, apenas água, eu vou pra minha também. O engraçado é que a caquinha que ela faz vai embora depois que ela aperta um botãozinho. Coisa mais chata. O legal mesmo é enterrar.

Depois disso, eu fico doida por um colinho, afinal, ela passa a noite toda trancada na caminha dela e eu correndo por aí. Dentro do apartamento, claro. Sou uma gatinha de apartamento. Mas ela me diz: agora não posso. Fico chateada, mas não desisto! Começo a correr entre as pernas dela, andar na frente dela, para que me olhe e me pegue! Então ela sorri pra mim e me pega. E eu fico toda contente, ronrono. Mas logo minha alegria acaba pois ela me põe no chão e vai trocar sua pelagem. Aliás, queria entender como ela consegue mudar de cor todos os dias. Por mais que eu tome meu banhinho, perco apenas uns pelinhos. Ela perde tudo e pega um outro na caixa grande do quarto dela. Eu adoro entrar nessa caixa grande. Mas ela sempre diz: sai, Mia! Eu tento me esconder, mas ela me tira. Mas eu entro lá quando ela sai e esquece a porta aberta. Tem muitas presas lá. Tem umas coisas penduradas nas pelagens dela. Umas cobrinhas coloridas. Ela brigou outro dia porque matei uma delas. Poxa, eu só queria ajudar...

Ela sai e eu vou logo achar um lugarzinho pra dormir. Gosto da caminha dela, do beliche da outra gata do bando, uma menor, mas não é a chefe. Gosto dela porque sempre me diz: vem com a mamãe. O engraçado é que não vejo semelhança entre nós? Também tenho um túnel rosa muito legal, com um lugarzinho que uso para afiar minhas unhas. Tenho que estar preparada para qualquer presa que eu encontre!


Tem um gato, maior que a chefe, que passa a manhã comigo. Às vezes tiramos um cochilo juntos. Outras vezes ele fica numa outra caixa de letrinhas, só que bem maior que essa que estou usando.

Quando minha barriguinha começa a roncar de novo, a chefe chega. E o parceiro dela também. Gosto muito dele porque brincamos de mordidinhas. No caso, eu o mordo. E ele sempre diz “ai”! E eu fico contente e continuo, pois ele deve ter gostado! Eles me dão meu papá e fico esperando um colinho de novo. Mas muitas vezes o telefone toca e o gato chefe sai correndo. E a chefe do bando vai lavar as vasilhas de ração deles. Eles bebem água numa tigela comprida e transparente, diferente da minha. Acho que eu não conseguiria, até porque as patas deles conseguem segurar a tigela. As minhas não. Mas eu consigo pular de muito alto e eles não.

Depois que todos saem, minha mãe gata e o gatão grande ficam batendo papo comigo e chega minha hora de ir vigiar lá fora. Subo em cada uma das janelas do apê e olho tudo. Tem uma plantas suspeitas que eu queria pegar mas a chefe colocou uma tela que impede que eu saia. Já tentei morder, mas ela não rasga.


À noite é minha hora preferida, pois o bando todo se reúne pra comer ração e olhar para uma caixa falante que fica na parede. Eu não sei o motivo disso, mas o que gosto mesmo é de ficar no colo de todos eles, que conversam comigo e brincam, que me afagam e dizem que sou bonita. Amo meu bando. Só não entendo porque todos vão para suas caminhas na hora mais legal! Eu pulo neles mas me põem pra fora e fecham a porta. Eu corro e bato na porta mas não abrem. Bom, então eu deixo os chefes dormirem e vou pra caminha dos gatos menores. Eles me dão um lugarzinho e eu durmo um pouquinho. Até eu ver uma presa e sair correndo para pegá-la!

E esse é um dia na minha vida. Sou Mia, a gata de apartamento. Lambeijos a todos vocês!


sábado, 3 de dezembro de 2016

"Coisas de Longo Prazo"


Hoje quando acordei, ainda com muito sono, realizando minha higiene matinal, percebi: havia esquecido de novo de escovar os dentes antes de dormir! As desculpas foram inúmeras: estava com sono, queria ir pra cama logo, estava tão cansada que dormi vendo TV, um dia só não vai fazer mal... E com isso, um dia e mais outro, vão se juntando vários dias sem escovar os dentes antes de dormir e o ambiente vai se tornando propício a mais uma cárie.

E não é só nisso que ando errando. Percebo que preciso cuidar mais das coisas de Longo Prazo. “Coisas de longo prazo” soa estranho, mas foi isso que pensei. Escovar os dentes é uma coisa de longo prazo. Agora não vejo. Mas daqui a um ano...o dentista vê. E depois sou eu que vejo o boleto, vejo o motorzinho fazendo “zummmm”...ui!

Também existe o erro na hora da alimentação. Ah, só hoje não vou comer salada. Só hoje vou comer fast food. Hoje é domingo e vou me dar um desconto. Ok, se dar um desconto é ótimo. Mas tem gente que se dá um desconto de domingo a domingo. Faz um domingão prolongado. Ah, só hoje eu vou deitar sem postura no sofá porque estou muito cansada. Só por hoje eu vou deixar a garrafa d´água da geladeira sem encher. Ah, deixa o médico para o mês que vem, nem está doendo tanto assim.
E por aí vai. Adoramos protelar, deixar pra depois e nos perdoar por um esquecimento com a desculpa que merecemos pois trabalhamos tanto e estamos tá cansados...Mas, infelizmente, o corpo e o mundo não perdoam. Aquele dente não escovado por várias noites, terá muitas consequências. As repetidas vezes que deixo de me alimentar bem, ou de sentar com postura, terão resultados.

Aos vinte e poucos anos, eu não achava que deveria poupar. Cem reais por mês do meu salário era um absurdo pra tirar, eu queria usar pra algum lazer, ou algo que eu quisesse muito no momento. Dez anos depois eu percebo o montante que perdi porque não pensei a longo prazo. Imagine: 100 reais ao mês por 12 meses, em 10 anos? Dez mil reais no mínimo, sem contar com os juros compostos que incidiriam nesse período se eu não fizesse nenhum saque. Naquela época parecia que demoraria uma eternidade. Mas a eternidade chegou e eu não fiz o meu pouco a cada dia.

As “coisas de longo prazo” funcionam como uma poupança. Ou como uma semente. O pouco plantado, regado, guardado e investido todos os dias, viram algo maior. E não adianta chorar se plantou espinhos porque não vai colher rosas.
Então vamos parar de protelar e começar a fazer a “tal” listinha com resoluções para 2017 e incluir nela: se alimentar melhor, escovar os dentes todas as noites e após as refeições, dormir bem e o suficiente, comer melhor, poupar dinheiro, ter boa postura, fazer exercícios, estudar...Há 5 anos eu quis poupar, estudar, me exercitar. Mas achei que era muito custoso, que demorava demais...mas se eu tivesse começado?


O tempo passa rápido. Comece agora. Ou amanhã. Mas depois de amanhã não. As coisas de longo prazo estão nos empurrando para a ação agora!