Ideias xeretas

Esses dias tem sido uma loucura. Mas, as ideias não respeitam isso! São bem folgadas por sinal. Mesmo sem tempo elas continuam brotando. E, o pior, é que vão se amontoando como uma pilha de roupas em cima da cadeira. Elas ocupam espaço, tiram nosso foco e insistem, como a criança que diz: Ei! Estou aqui!!! E mais! São xeretas! Querem se infiltrar em tudo o que estamos fazendo! Até mesmo almoçando elas aparecem e querem dar seus palpites! Dirigindo, elas pipocam. No banho elas não respeitam nossa nudez. No trabalho...ah no trabalho...parecem piolho. Coçam o tempo todo! Incomodam.

E o que fazer com elas? Como não deixar que invadam nossos afazeres e nos enlouqueçam com a urgência de ser ouvidas e postas em prática? Simples, básico: um caderno em branco, uma agenda e planejamento. Simples entre aspas... Já andei com esse bendito caderno por todo lado, e foi útil. Foi berço para muitas ideias xeretas. Mas, com o tempo, o caderno pesa, a gente esquece dele, procura e não acha...

Então, recorri a papeizinhos, lembretes. A ideia vem, pego um papel e anoto. E vou jogando na bolsa. Depois em casa, com calma, reavalio cada uma. Muitas vão direto pro lixo. Devaneios. Outras, nem parecem ter vindo da minha cuca, de tão boas. E a triagem vai acontecendo.

Agora mesmo, enquanto escrevo tem uma me mordendo, como uma pulguinha. Preciso por em prática. Ou vou explodir. elas são assim. Não se dão por vencidas. Mas sabe que gosto delas assim? Que graça teria uma vida linear, todo dia sempre igual, com uma rotina cansativa, sem sonhos, planos ou esperanças?

Ah, ideias! Desculpem-me! Continuem vindo sim! Vou dar um jeitinho de acomodar todas vocês na minha casa. E, se a casa ficar pequena, arrumo uma maior. Xeretinhas.